quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

CAMPEONATO DE ORTOGRAFIA

É este o texto que os Piratas completaram na 2ª fase do Campeonato:

O lobo, a velha e a cabaça

Era uma vez uma velhinha que morava numa pequena aldeia, situada num vale, ali mesmo, ao descer a serra. Um dia, visitou-a a netinha, que vivia noutra aldeia, a cerca de légua e meia, convidando-a para o seu casamento. Primeiro hesitou, mas depois pensou melhor...
- Vou? Não vou? Ai não que não vou! Visto uma roupinha nova e já lá estou!
E foi. No dia do casamento, mal a manhã despontou, lá foi ela, subindo a ladeira, toda fe­liz com a festa da neta. Nisto, já a meio do cami­nho, eis que lhe aparece na frente um lobo, por sinal também muito satisfeito, dizendo:
- Mas que belo manjar me veio aqui parar!
Porém, a velhinha não se amedrontou. Diz-lhe ela:
- Que belo jantar?! Será que me estás a enxer­gar? Só levo pele e osso, não te vais fartar!
O lobo mirou-a, remirou-a, tomou-a a remirar, e viu que, de facto, não se iria fartar com aquele manjar. A velhinha era franzininha e magrinha. Só que, vestidinha como ia, com trajes de festa, não o tinha notado.
- Tens razão - concordou o lobo. - Mas que hei -de eu fazer? Alguma coisa tenho de comer!
- Pois olha - tomou-lhe a velhinha -, se fores esperto e souberes esperar, talvez ainda hoje te­nhas um bom jantar!
E explicou-lhe:
- Como vou ao casamento da minha netinha, lá comerei boas papas de farinha! E à volta, sim, virei gordinha!
- Só com papas de farinha?!
- Quem diz papas de farinha, diz galo estufado, arroz de forno, cabrito assado!...
O lobo até dançava ao som das palavras que es­cutava. Da boca já lhe caíam pingos de água, ca­denciados, só de imaginar tão belos assados.

Alexandre Parafita
"Contos de Animais com Manhas de Gente"

Sem comentários: