domingo, 17 de janeiro de 2010

O QUE ESTAMOS A LER...

AS NAUS DE VERDE PINHO

Era uma vez um país
Entre a Espanha e o Atlântico

Tinha por rei D. Dinis
Que gostava de cantar.
Mas o reino era tão pouco
Que se pôs a perguntar:
- E se mar fosse um caminho
Deste lado para o outro?

E da flor de verde pinho
Das trovas do seu trovar
Mandou plantar um pinhal.

Depois a flor foi navio.
E lá se foi Portugal
Caravela a navegar.

E de repente um trovão.
Já não era o vento a uivar
Era a voz do Capitão
Que se pôs a comandar:

- Seja a bem ou seja a mal
Eu juro que hei-de passar
Porque as naus de Portugal
Não são naus de recuar.
Eu sou Bartolomeu Dias
Nada me pode parar.

Calaram-se as ventanias
E até as fúrias do mar.

De ilha em ilha e onda em onda
Viram que a Terra é redonda
E que o mar não é medonho
Caravelas, caravelas
Feitas de trova e de sonho
Cascas de noz pequeninas
Levam nas brancas velas
O pendão das cinco quinas.

Umas foram para o Oriente
Outras para o Sul
Umas ao Brasil chegaram
Outras à Índia e ao Japão.
Todas ao Mundo mostraram
Que o mar é um papão
Mas o primeiro a passar
Foi grande capitão.
...
Manuel Alegre
Caminho
Pirata Ana V.

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