O lobo, a velha e a cabaça
Era uma vez uma velhinha que morava numa pequena aldeia, situada num vale, ali mesmo, ao descer a serra. Um dia, visitou-a a netinha, que vivia noutra aldeia, a cerca de légua e meia, convidando-a para o seu casamento. Primeiro hesitou, mas depois pensou melhor...
- Vou? Não vou? Ai não que não vou! Visto uma roupinha nova e já lá estou!
E foi. No dia do casamento, mal a manhã despontou, lá foi ela, subindo a ladeira, toda feliz com a festa da neta. Nisto, já a meio do caminho, eis que lhe aparece na frente um lobo, por sinal também muito satisfeito, dizendo:
- Mas que belo manjar me veio aqui parar!
Porém, a velhinha não se amedrontou. Diz-lhe ela:
- Que belo jantar?! Será que me estás a enxergar? Só levo pele e osso, não te vais fartar!
O lobo mirou-a, remirou-a, tomou-a a remirar, e viu que, de facto, não se iria fartar com aquele manjar. A velhinha era franzininha e magrinha. Só que, vestidinha como ia, com trajes de festa, não o tinha notado.
- Tens razão - concordou o lobo. - Mas que hei -de eu fazer? Alguma coisa tenho de comer!
- Pois olha - tomou-lhe a velhinha -, se fores esperto e souberes esperar, talvez ainda hoje tenhas um bom jantar!
E explicou-lhe:
- Como vou ao casamento da minha netinha, lá comerei boas papas de farinha! E à volta, sim, virei gordinha!
- Só com papas de farinha?!
- Quem diz papas de farinha, diz galo estufado, arroz de forno, cabrito assado!...
O lobo até dançava ao som das palavras que escutava. Da boca já lhe caíam pingos de água, cadenciados, só de imaginar tão belos assados.
Alexandre Parafita
"Contos de Animais com Manhas de Gente"
quinta-feira, 21 de janeiro de 2010
CAMPEONATO DE ORTOGRAFIA
É este o texto que os Piratas completaram na 2ª fase do Campeonato:
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Alexandre Parafita,
Bernasconi,
Campeonato de Ortografia
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